Programa de Controle da Dengue encontra primeiro foco do mosquito em Joaçaba

Joaçaba: 30/03/10: Depois de dez anos de implantação do Programa de Controle da Dengue, foi encontrado no dia 29 de março, o primeiro foco do mosquito Aedes aegypti no município. Trata-se do segundo foco confirmado desde o inicio do monitoramento na área de abrangência da sétima Gerência Regional de Saúde de Joaçaba, que compreende 20 municípios. “Apesar do foco confirmado não ser uma noticia agradável, isso demonstra a importância do trabalho de monitoramento e principalmente a necessidade da população intensificar o trabalho de prevenção”fala  Alceu Sebastião de Lima, coordenador do programa em Joaçaba.

Esse trabalho de monitoramento, resultou até o dia 13 de março deste ano, na coleta de 2.864 exemplares analisados por laboratório de entomologia da Gerencia Regional de Saúde, para apenas um foco confirmado. Segundo dados oficiais da Gerência de Saúde, desde 2007 ocorreu uma queda no número de focos em Santa Catarina. (confira tabela), porém os primeiros números de 2010 já demonstram um crescimento em relação a 2009. Até o dia 26 de março foram confirmados 390 focos em toda a Santa Catarina contra 507 focos para todo o ano passado. A primeira confirmação na região de Joaçaba aconteceu em novembro de 2009 em Catanduvas.

Os órgãos de saúde de Joaçaba, reforçam que a confirmação aconteceu em um prazo considerado bom, uma vez que outros municípios da região possuem números substancialmente maiores, como por exemplo Chapecó, que é a líder catarinense em focos com 86 pontos confirmados da presença das larvas ou do mosquito transmissor da dengue. São Miguel Do Oeste conta com 46 focos, Joinville com 39 e Caçador com 3. “Estamos em uma região central e de grande circulação no oeste e meio oeste. Somos um corredor de transito muito movimentado. Tendo como base os números de regiões vizinhas, a presença de focos aqui seria questão de tempo” explica Alceu.

A informação vem a reforçar a necessidade de atuação da população no trabalho de prevenção. Não existe necessidade de pânico em relação à dengue, porque historicamente nunca foi registrado contaminação em Santa Catarina. “Estamos falando de presença de larvas ou do mosquito, e não da transmissão de dengue para pessoas. O que a comunidade de Joaçaba e região precisa fazer agora é mais do que nunca reforçar a eliminação de depósitos de água onde o mosquito possa se disseminar.” Ressalta Alceu, informando que o trabalho do Programa no Município continuará no monitoramento das 120 armadilhas e 42 pontos estratégicos espalhados por áreas de grande circulação na área urbana e do interior. “Pedimos para que todos atuem em suas casas, empresas e outros ambientes a fim de que esse número de focos não aumente” finaliza.

Contato: ALCEU LIMA – 8845 0864

 

Município Quantidade de Focos em 2010Até 26 de Marços

Chapecó

86

São Miguel do Oeste

46

Joinville

39

Caçador

03

Joaçaba

01

Fonte: Gerência Regional de Saúde de Joaçaba MEDIDAS PREVENTIVAS PARA O CONTROLE DE MOSQUITOS

Evitar água parada.

Sempre que possível, esvaziar e escovar as paredes internas de recipientes que acumulam água.

Manter totalmente fechadas cisternas, caixas d'água e reservatórios provisórios tais como tambores e barris.

Furar pneus e guardá-los em locais protegidos das chuvas.

Guardar latas e garrafas emborcadas para não reter água.

Limpar periodicamente, calhas de telhados, marquises e rebaixos de banheiros e cozinhas, não permitindo o acúmulo de água.

Jogar quinzenalmente desinfetante nos ralos externos das edificações e nos internos pouco utilizados.

Drenar terrenos onde ocorra formação de poças.

Não acumular latas, pneus e garrafas.

Encher com areia ou pó de pedra poços desativados ou depressões de terreno.

Manter fossas sépticas em perfeito estado de conservação e funcionamento.

Colocar peixes barrigudinhos em charcos, lagoa ou água que não possa ser drenada.

Não despejar lixo em valas, valetas, margens de córregos e riachos, mantendo-os desobstruídos.

Manter permanentemente secos, subsolos e garagens.

Não cultivar plantas aquáticas

A DENGUE

O dengue é uma doença transmitida pelo mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. A doença é acometida de febre aguda que se caracteriza por um início repentino, permanecendo por 5 a 7 dias. O doente apresenta dor de cabeça intensa, dores nas articulações e musculares, seguidas de erupções cutâneas 3 a 4 dias depois. Surge sob a forma de grandes epidemias, com grande número de casos.

Existem quatro tipos diferentes de sorotipos do vírus do dengue, denominados dengue 1, 2, 3 e 4. Algumas manifestações do dengue são hemorrágicas, isto é, o paciente apresenta hemorragia severa e choque. Nestes casos, após um período de febre, o estado do paciente piora repentinamente, com sinais de insuficiência circulatória, apresentando pele manchada e fria, lábios azulados e, em casos graves, diminuição da pressão do pulso. Instala-se então uma síndrome de choque do dengue podendo levar o paciente ao óbito. Os casos de dengue hemorrágico ocorrem mais freqüentemente quando o paciente é acometido pela segunda vez da doença, mas com exposição a diferentes sorotipos da doença.

O Aedes aegypti

Esta espécie é nativa da África e foi descrita originalmente no Egito. É uma das espécies responsáveis pela transmissão do dengue e febre amarela febre amarela (arboviroses). O Aedes aegypti tem a cor escura e manchas brancas pelo corpo.

Utiliza recipientes artificiais com água parada para depositar seus ovos que são fixados acima do nível da água. Estes resistem a longos períodos de dessecação, o que permite que seja transportado facilmente de um local para o outro. Os locais onde normalmente são encontradas suas larvas são: pneus, pratos de vasos, latas, garrafas, caixa d’água e cisternas mal fechadas, latas, vidros, vasos de cemitério, piscinas, lagos e aquários abandonados, entre outros. 

As fêmeas picam preferencialmente ao amanhecer e próximo ao crepúsculo, mas podem picar em qualquer hora do dia. Elas podem picar qualquer animal, mas o homem é o mais atacado. Esta espécie abandona o hospedeiro ao menor movimento, passando, desta forma, por vários hospedeiros disseminando-se assim a doença.