Alunos da Escola Clara Zomkowski conheceram o funcionamento de um relógio de Sol.

Joaçaba – Alunos da 4ª série da Escola Municipal Clara Zomkowski, estiveram ontem pela manhã, no campus da UNOESC, para conhecer o funcinamento de um dos mais remotos objetos inventado pelo homem, o relógio de Sol.

Mas para que serve um relógio de Sol?

A resposta parece óbvia, no entanto um relógio de Sol serve muito mais para nos ajudar a entender a mecânica celeste, que propriamente para mostrar horas. Para isso temos uma variedade de relógios mais precisos e confiáveis, que funcionam independentemente do Sol.

Acompanhados pelo astrônomo amador Pedro D. Belotto, puderam conhecer e entender como funciona a passagem do tempo, atravez da observação da posição do sol. Segundo ele, “a construção de relógios de Sol pode ser um poderoso aliado no ensino dos movimentos aparentes do Sol, no entendimento das estações do ano, da excentricidade da órbita da Terra, da velocidade da Terra sobre a sua órbita e dos pontos notáveis desta órbita e é um forte elo entre a teoria e a prática no entendimento destes fenômenos”, diz.

“Um relógio de Sol é formado por uma superfície plana que serve como mostrador, onde estão marcadas linhas que indicam as horas, e por um pino ou placa, cuja sombra projetada sobre o mostrador funciona como um ponteiro de horas em um relógio comum. A medida que a posição do sol varia, a sombra desloca-se pela superfície do mostrador, passando sucessivamente pelas linhas que indicam as horas”, explica Pedro.

“Os relógios de sol normalmente mostram a hora solar aparente, mas, com pequenas alterações, também podem indicar a hora padrão, que é a hora no fuso horário em que o relógio está geograficamente localizado”, completa o astrônomo.

Desde remotos tempos o homem, ao observar o Sol, percebeu que este provocava a sombra dos objetos. Ao fazer estas observações notou que ao longo do dia o tamanho destas sombras variavam. O homem primitivo, primeiramente, usou sua própria sombra para estimar as horas (sombras moventes). Logo depois viu que podia, através de uma vareta fincada no chão na posição vertical, fazer estas mesmas estimativas.

Um relógio de Sol mostra sempre a Hora Local, e nossos relógios indicam a Hora Legal. Enquanto a Hora Legal abrange largas faixas de longitude, definidas politicamente, a Hora Local é determinada especificamente para o ângulo da longitude local, medido a partir do meridiano de Greenwich. A partir da longitude, calcula-se a Hora Local e encontra-se a diferença para a Hora Legal. Este valor será utilizado para fazer as correções de leitura do relógio. Esta variação implica em uma diferença do momento da passagem meridiana do Sol segundo uma Equação do tempo. Esta diferença pode chegar a quase 17 minutos e deverá ser corrigida nos relógios de Sol.

Tânia Piovezan Bortoluzi, professora da turma, salienta que “a visita tem a finalidade educacional, gerando interesse por astronomia nas crianças. É uma ferramenta multidisciplinar, de fácil construção e além da Astronomia, trabalha elementos de Geografia e Matemática”, disse.

“A necessidade de conhecer as horas é algo especificamente social, uma vez que animais e plantas não necessitam de tais informações”, completa a professora. O indício mais antigo da divisão do dia é proveniente de um relógio de Sol egípcio, datado de 1.500 a.C.

Os seres humanos têm utilizado dos relógios para marcar o tempo e assim facilitar o agendamento dos compromissos e atividades, assim como encontro entre pessoas, como reuniões, festas e outros, desse modo o homem com sua capacidade intelectual conseguiu dominar tal recurso, mesmo em tempos remotos. Apesar de ser uma tecnologia antiga, o relógio de sol ainda é utilizado nos dias de hoje em praias e áreas abertas.

Segundo Pedro Belotto, “o princípio fundamental para a construção de um relógio de Sol é o de que o ponteiro (gnômon) que irá projetar a sombra sobre o mostrador deve ser posicionado de forma a ficar paralelo ao eixo de rotação da Terra. Para contruir esse relógio de Sol, tiver que vir todos os dias até o local, para marcar o posicionamento da sombra em horas diferentes. Além de encontrar a direção do norte celeste, latitude do local, etc; para depois construir o aparato”.

Ainda segudo Tânia, “essa atividade é importante, porque os alunos participam da Olimpiada Brasileira de Astronomia, eles precisam ter esse conhecimento, da rotação da terra, do funcionamento do relógio de Sol, de cálculos de longitude e latitude, etc. E ainda para a sensibilidade, para observar o quão a natureza é importante. E é através deles que poderemos ter um mundo cada vez mais consciente”, diz.