Trabalho de combate e prevenção deixa Joaçaba livre do Aedes aegypti
O combate ao mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do Zika é dever de todos. A participação da população é essencial e deve ser realizada através de cuidados simples. Basta eliminar qualquer material que possa servir de criadouros do Aedes aegypti. Em Joaçaba, onde não há focos do mosquito, as ações preventivas são lideradas por uma equipe de vigilantes da Secretaria da Saúde. Eles são os agentes de combate de endemias, que visitam semanalmente mais de 100 armadilhas espalhadas pela cidade. O objetivo é identificar o surgimento e evitar proliferação de larvas do mosquito, que se reproduz em locais com água parada.
Desde novembro do ano passado, quando foram encontradas larvas do Aedes aegypti numa única armadilha próxima à rodoviária, no bairro Nossa Senhora de Lourdes, o município não registra novos focos. A descoberta foi feita durante uma visita de rotina. Seguindo o protocolo estabelecido para erradicar a ameaça, nesta semana os agentes realizaram um trabalho especial de varredura nesta região para confirmar a hipótese de que se tratou de um caso isolado.
“Os locais próximos de rodovias onde há grande fluxo de veículos são mais propícios ao surgimento de focos. A possibilidade do mosquito ter chegado aqui pegando carona é quase certa”, explica a bióloga Tailise Cristina Kopp, que atua como agente de combate de endemia. Para ela, o episódio deve ser encarado como sinal de alerta, uma vez que o mosquito se prolifera rapidamente quando encontra ambiente favorável.
Na linha de frente na guerra contra o Aedes aegypti, Tailise garante que a maioria das pessoas não faz ideia da gravidade da situação de risco quando deixam de observar o acúmulo de água em casa ou no quintal. “Já encontramos larvas de mosquito em casquinha de ovo, em tampa de garrafa. Locais com porção mínima de água. É preciso um olhar diferente sobre essa questão dos criadouros. A atenção deve ser total e contínua. Precisamos unir esforços para garantirmos que Joaçaba continue livre do Aedes aegypti e das doenças que ele transmite”, avalia.
COMO FUNCIONA O MONITORAMENTO
O trabalho de monitoramento conduzido por equipes específicas de combate a endemias é realizado em todo o estado. Assim como outros municípios, Joaçaba se comprometeu a cumprir metas e indicadores para minimizar o risco de uma epidemia das doenças transmitidas pelo mosquito em Santa Catarina.
As ações duram o ano inteiro, mas é durante o verão que o trabalho se intensifica, isso porque as altas temperaturas e a ocorrência de chuvas favorecem a reprodução do Aedes aegypti. Além da vistoria em armadilhas, os agentes monitoram periodicamente locais de risco, chamados de pontos estratégicos como cemitérios, borracharias e ferro velhos.
E não é apenas o transmissor da dengue que se reproduz na água parada. A cada nova vistoria, os agentes encontram as armadilhas (feitas de pneu cortado) repletas de larvas. Todas elas são colhidas e enviadas para análise laboratorial, que irá apontar qual é a espécie do mosquito.
CASOS DE DENGUE
Apesar da detecção das larvas, até hoje não existe registro de contaminação de dengue no município. O caso confirmado no mês passado, que consta no relatório da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive), trata-se de um caso importado da doença, ou seja, a pessoa foi infectada em outro município sendo diagnosticada ao retornar a Joaçaba.
DICAS PARA COMBATER O AEDES AEGYPTI
Ação mais simples para prevenção é evitar o nascimento do mosquito, já que não existem vacinas ou medicamentos que combatam a contaminação. Verifique qualquer recipiente ou depósito que possa acumular ou que tenha água e que esteja destampado em sua casa ou em seu quintal:
– Coloque no lixo garrafas descartáveis, plásticos e outros objetos que possam juntar água;
– Tampe caixas, poços, tambores e potes de água;
– Coloque areia grossa nos pratos dos vasos de plantas;
– Guarde as garrafas viradas de boca para baixo e em local coberto;
– Limpe bem as calhas e bebedouros de animais;
– Observe no seu bairro se há terrenos com latas, pneus e recipientes plásticos e avise à prefeitura;
– Nunca jogue lixo em terrenos baldios.