Prefeitura investiu mais de R$ 80 mil em projetos no aeroporto e já solicita a abertura de voos regulares à Florianópolis

Texto: Paula Patussi/Especial

Declarações do reitor da Unoesc de Joaçaba, Aristides Cimadon, quanto à suspensão dos voos regulares de Joaçaba à Curitiba (PR) anunciada recentemente pela Brava Linhas Aéreas, empresa responsável pela linha, tem nessa semana causaram polêmica. Segundo ele o fato está prejudicando a universidade que poderá transferir a reitoria para Chapecó caso não haja um engajamento e a situação seja resolvida em breve, pois a instituição está encontrando dificuldades em trazer professores para os cursos de especialização pela falta de voos.

As declarações foram rebatidas pelo vice-prefeito Marcos Weiss, que tem tratado do assunto desde o início do ano, afirma que administração tem feito tudo que está ao alcance para melhorar o aeroporto, no entanto a morosidade se deve aos órgãos federais. "Esperamos 62 dias para a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), liberar a guia para que pudéssemos protocolar o projeto de implantação do GPS e Estação de Rádio", reclamou. "Tudo que é da competência da administração tem sido religiosamente cumprido, inclusive temos quatro funcionários fazendo o curso de capacitação para operar na Unidade Avançada do Corpo de Bombeiros" disse Weiss ao informar que somente neste ano foram gastos R$ 80 mil com o projeto de análise de aderência da pista e o plano de segurança de todo do aeródromo, exigências da Anac.

Segundo Weiss, já foram realizadas duas conversas com o diretor presidente da Brava Linhas Aéreas, Jorge Barouki, em Porto Alegre (RS), e aguarda uma nova audiência onde juntamente com o diretor de infraestrutura da Acioc Luiz Sérgio Belló, vai solicitar a abertura de voos regulares à Florianópolis, que seria a conexão ideal para Joaçaba. "Tendo esta abertura, vamos conversar com todos os prefeitos e empresários da região para garantir o mínimo de passageiros para os voos, pois não se pode imaginar que uma empresa que visa lucro vá colocar um voo regular se não tiver passageiros", disse.

De acordo com o vice-prefeito, os recursos na ordem de R$ 700 mil para execução do projeto de implantação do GPS e Estação de Rádio estão garantidos pela Secretaria de Aviação Civil, que irão dar condições técnicas para pousos e decolagens. "É só a Anac aprovar o projeto que começamos a executá-lo", destacou sem poder estabelecer prazo. "O projeto de balizamento e estação de rádio já foi protocolado no Cindacta no mês de junho. Agora nos resta aguardar, está tudo bem encaminhado e nos próximos meses deveremos ter outras novidades", diz Marcos Weiss.

Recursos do governo federal

Joaçaba está contemplada no programa do governo federal de investimentos nos 170 aeroportos do Brasil. No entanto, o valor que será destinado ainda não foi definido, pois depende de levantamento técnico que está sendo executado pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) em todos os aeroportos do estado. "Em Joaçaba ainda não realizaram, mas se o levantamento apontar que nosso projeto não tem capacidade de expansão, devemos operar do jeito que estamos operando, mas com a expectativa das melhorias que devem ser aprovadas pela Anac", concluiu Weiss.

No final de 2012, a presidente Dilma Rousseff, lançou um conjunto de medidas que deverão melhorar a infraestrutura e a qualidade dos serviços aeroportuários no Brasil. Estão previstos investimentos de mais de R$ 7,3 bilhões na expansão da aviação regional. Para 43 aeroportos da região do país estão previstos investimentos de R$ 943 milhões.

Suspensão de voos

Segundo nota da Companhia Aérea, os voos regulares estão suspensos temporariamente devido a interdição do Aeroporto de Curitiba, por força de obras na pista que acontecerão até o mês de setembro. A suspensão também prejudicou o município de Concórdia que está sem os voos regulares.

De acordo, com Jorge Barouck diretor-presidente da Brava Linhas Aéreas, antiga NHT, em média são necessários de 12 passageiros por aeronave para cobrir os custos de manutenção no município, hoje está registrando uma média de 3,5 passageiros/voo. Para Weiss, a manutenção das linhas aéreas é necessária para atender não somente a população de Joaçaba, mas de toda a região.

Posto Avançado do Corpo de Bombeiros

Além de atender exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para pousos e decolagens, o Posto Avançado do Corpo de Bombeiros construído nas proximidades do aeroporto é necessário para a operacionalização de voos noturnos e atenderá os moradores da Cidade Alta, Distrito Industrial, bairros e usuários da BR-282.

Conforme resolução da ANAC, de 2009 os aviões que aterrissam e decolam hoje em Joaçaba não estão seguindo as normas de segurança. A agência determina em uma criteriosa documentação, que os aeroportos disponibilizem mecanismos de segurança, entre eles a presença do Corpo de Bombeiros ou Brigada de Incêndio. Até pouco tempo, o aeroporto contava com a presença de um caminhão do Corpo de Bombeiros, mas devido ao baixo efetivo, e a demora na finalização do Posto Avançado a corporação não possui condições de manter o veículo e equipe no local, já que precisa atender toda a macrorregião.

Mas, a unidade não entrou em operação por falta de treinamento dos bombeiros civis que foram disponibilizados pelos municípios de Joaçaba, Herval d' Oeste e Luzerna. Apenas quatro bombeiros de Joaçaba estão passando por treinamento. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, major Marcos Alves da Silva são seis bombeiros militares que serão designados para a unidade junto ao aeroporto, mas que já atuam normalmente. A recomposição da turma, tanto para o aeroporto como para a base do centro da cidade, deverá ser feita após a formação da próxima turma, prevista pelo Comando-Geral para o final do ano.

O prazo de entrega da estrutura física foi em setembro de 2012, e está a mais de meio ano parado. A Prefeitura de Joaçaba investiu mais de R$ 241 mil no Posto Avançado, incluindo a parte física e obras no entorno do prédio.

Segundo Weiss, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vai desenvolver um projeto de melhoria para o Aeroporto Santa Terezinha como: ampliação e até alargamento da pista. "O projeto da UFSC será contratado pelo Banco do Brasil. Devemos agir para melhorar nossas condições técnicas para receber bem quem precisar pousar ou decolar do nosso aeroporto", finalizou Weiss.

Fonte: Diário do Vale/ 24 de Julho de 2013